Além das Cartas

Tarot: Uma Missão de Consciência e Autonomia

Como taróloga, minha missão é iluminar o caminho através dos 22 Arcanos Maiores, trazendo a consciência essencial para despertar o poder de escolha em cada pessoa que me procura. Não existem milagres em minha mesa de leitura; o que ofereço são caminhos repletos de possibilidades. Recordo as palavras de Nicolas Cage no filme "O Vidente": ao olhar para o futuro, ele imediatamente muda – isso é "CONSCIÊNCIA". É a prática de sair da posição de espectador da própria vida para se tornar o escritor da própria história. Lembrando que o tarot simboliza a dualidade humana—luz e sombras, ação ou espera—, é a guerra que travamos dentro de nós, e ele se apresenta como um estrategista na batalha interna de indecisões.

Oráculo: O Propósito

Alinho-me profundamente com as palavras de Léon Bonaventure. Ele nos convida a olhar além das causas e das explicações psicopatológicas para nossas feridas e sofrimentos. Em meu trabalho, busco inspirar um amor profundo pela própria alma, com todas as suas imperfeições, entendendo que muitas das nossas dores surgem de um amor que nos foi negado ou que falhamos em dar a nós mesmos.

Com os oráculos, procuro ser um canal para que cada um possa perceber que essas feridas também apontam para algo mais grandioso: a busca por um centro, pessoal e possível, que é a jornada em direção à unidade e à realização da nossa totalidade. A vida, portanto, traz em si um sentido maior, o da restauração de nossa unidade primeira, da harmonia essencial que busca cicatrizar e integrar todas as partes de nosso ser.

A Jornada do Mago

Os 22 Arcanos Maiores do tarot começam com O Mago, representando potencial e oportunidades criativas que aguardam para serem realizadas. Ele simboliza um momento de clareza e a possibilidade de explorar talentos inexplorados.

A seguir, A Sacerdotisa revela os mistérios e profundezas do inconsciente, enfatizando a importância da intuição e do conhecimento interior. A Imperatriz ressoa com a energia da criação e fertilidade, simbolizando o cuidado e a nutrição.

O Imperador traz estrutura e autoridade, destacando a necessidade de ordem e estabilidade na vida. O Hierofante representa sabedoria e orientação espiritual, servindo como um mediador entre o divino e o terreno.

Os Enamorados introduzem a dualidade de escolha e compromisso, destacando dilemas morais ou relacionais. O Carro simboliza o controle e a direção, enfatizando a necessidade de alinhar forças opostas para progresso.

A Justiça reflete equilíbrio e imparcialidade, chamando para a responsabilidade e a verdade. O Eremita convida à introspecção e sabedoria, sugerindo um período de reflexão solitária.

A Roda da Fortuna é sobre ciclos e mudanças inevitáveis, ensinando aceitação e adaptabilidade. A Força mostra a habilidade de dominar instintos animalescos através da coragem e determinação.

O Pendurado apresenta sacrifício e suspensão, destacando a aceitação de perspectivas alternativas. A Morte simboliza transformação e renovação, marcando o fim de uma fase e o começo de outra.

A Temperança é sobre equilíbrio e moderação, encorajando a paciência e a harmonia entre opostos. O Diabo alerta sobre a escravidão aos desejos materiais e instintos baixos.

A Torre representa colapso de estruturas falhas, forçando a reconstrução em bases mais sólidas. A Estrela oferece esperança e inspiração, simbolizando renovação após a turbulência.

A Lua reflete sobre ilusões e confusões, desafiando a enfrentar o subconsciente e os medos. O Sol garante sucesso e vitalidade, irradiando alegria e clareza.

O Julgamento incita reflexão sobre as ações passadas e suas consequências, oferecendo chance de redenção e julgamento. Por fim, O Mundo representa a realização e a integridade, culminando a jornada dos arcanos com a celebração da unidade e do cumprimento.

O Louco: A Busca Eterna por Si Mesmo

Para mim - Mara Flores - o Mago, ao alcançar o final de sua jornada, encontra-se no ponto onde o Mundo se completa. E neste momento de conclusão, quem ele se torna? O Louco, agora em uma nova busca por si mesmo. O Louco é a essência da busca contínua, o arquétipo do ciclo ininterrupto de aprendizado e descoberta. Ele não possui número e, portanto, tem a liberdade de surgir em qualquer ponto da jornada, simbolizando inícios, aventuras espontâneas e uma constante busca por autoconhecimento.

O Mago, agora transformado em Louco, carrega consigo a sabedoria acumulada de todos os Arcanos Maiores. Com a experiência de cada carta, retorna-se ao começo, mas não como um iniciante. Lembre-se que o Louco é a representação de aventura, de se arriscar, de ingenuidade e até mesmo de tolice; é aquele que não tem medo de cometer erros. Ele conhece o preço que pagou por cada um deles e também sabe como superá-los e seguir adiante. Toda carta retrata um homem que carrega apenas o necessário, indicando a importância de se libertar dos pesos dos julgamentos e dos erros cometidos. O Louco se faz presente em sua jornada de vida onde tudo é sempre novo, e por isso, tudo é possível.

Que tal explorarmos juntos novas rotas?

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Sabe aquela sensação de correr na mesma esteira, dia após dia, e perceber que a paisagem não muda? É assim que nos sentimos quando, apesar de todo o esforço, as coisas parecem não avançar, especialmente quando se trata das escolhas que fazemos. O Louco, com sua bolsa de poucos pertences, nos ensina sobre começar com leveza.

Errar faz parte do caminho, mas será que estamos aprendendo com cada tropeço? Ou será que estamos presos em um loop, justificando velhos hábitos ao invés de abrir novos trilhos? Onde você se vê nesse caminho? Está pronto para arriscar um novo passo e ver o que está além da curva?